Estudar o crescimento dos elasmobrânquios é muito importante para entendermos o grau de vulnerabilidade desses animais. Afinal, quanto mais tempo a raia o tubarão demora para crescer e se reproduzir maior é o prejuízo de pesca-lo. Dados de idade são obtidos pela contagem de anéis etários nas vértebras. Esses anéis marcam a passagem do tempo ao longo do crescimento do animal, assim como os anéis das árvores. Tradicionalmente, a vertebra é cortada e os anéis são lidos utilizando uma lupa. Em parceria com o Laboratório de Instrumentação Nuclear, estamos utilizando a microtomografia computadorizada (Micro-CT) para substituir a lupa. A técnica consiste em emitir radiação nas vértebras para revelar as diferenças de densidade em seu interior. Como resultado, os anéis etários ficam bem mais nítidos do que na lupa e podemos fazer uma contagem mais confiável. Essa maior confiabilidade se reflete em modelos de crescimento melhores e mais úteis para esforços de conservação. A raia-manteiga Dasyatis hypostigma está sendo usada para construir um protocolo que permita expandir o uso do Micro-CT para outras espécies de raias e tubarões.
A pesquisa é feita pela aluna Clara V. Teixeira-Leite, orientada pelo Dr. Marcelo Vianna e coorientada pelo Dr. André Vaz-dos-Santos. Os pesquisadores do Programa de Engenharia Nuclear são o doutorando Victor Rocha Carvalho e seu orientador Dr. Davi Ferreira de Oliveira.
. Dasyatis hypostiga, conhecida popularmente como raia-mateiga. Foto retirada de www.fishbase.se (site com fotos de uso livre).
. Reconstrução de vertebra utilizando o Micro-CT, mostrando os anéis etários.
. Equipamento de Micro-CT do Laboratório de Instrumentacão Nuclear (LIN).
. Aluna Clara V. Teixeira-Leite.