Doutoranda do PPGE Stephanie Vaz acaba de publicar um estudo onde homenageia seu grande amigo Alex Schomaker Bastos, ex-aluno da UFRJ, que foi assassinado a tiros em um assalto em 2015. Confira a notícia que foi veiculada em grandes mídias como o jornal O Globo e Extra.
O texto a seguir é da Stephanie Vaz, integrante do grupo que realizou o trabalho:
"Há muito tempo planejo homenagear meu amigo Alex Schomaker Bastos, formando de Biologia, assassinado num assalto em 2015, em frente à UFRJ (Praia Vermelha). Além de grande amigo e cientista brilhante, seu apoio foi fundamental para meu retorno aos estudos de entomologia, em 2013. Alex sempre estará em meus agradecimentos. E agora é também um vagalume. Neste trabalho, descrevemos três espécies novas de vagalumes da Mata Atlântica. Uma delas, em sua homenagem, "Amydetes alexi". Alex, seu nome, e o "i" no final é adicionado para seguir o código de nomenclatura zoológica para publicações (homenagens do gênero masculino)."
Este trabalho foi publicado na revista científica ZooKeys. Além do Alex, outras duas pessoas foram homenageadas: Raquel Queiroz, namorada de Lucas; Mauricio Conan, ex-aluno da biologia que faleceu em 2019. Os autores são: Lucas Campello, Stephanie Vaz, André Diniz, José Ricardo Mermudes e Luiz Silveira.
Sobre o vagalume Amydetes alexi
A espécie ocorre entre 140 e 800 metros de altitude com maior ocorrência entre 250 e 500 metros, entre maio e agosto, sendo as estações frias. Tem antenas, maxilas e lanternas (órgão de luz) com tamanhos únicos. Sua distribuição é restrita ao município do Rio de Janeiro (Parque Estadual da Pedra Branca), não foi encontrada em outro lugar por nossa equipe (e já realizamos muitas coletas).
Sobre seu comportamento, observamos é que mesmo com sua lanterna larga, ele também está ativo durante o dia. Isso indica que mesmo com a lanterna, ele é um vagalume diurno. Já observamos espécies com esse padrão e quando cai a noite, a lanterna acende um verde brilhante, mesmo quando sua maior atividade se encontra durante o dia. Acreditamos que o mesmo padrão ocorre em A. alexi, uma espécie que ainda precisa de muitas observações de campo para entender a fundo o seu comportamento misterioso.